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Como honrar meus pais quando discordo deles?

Discordar dos pais faz parte do processo de amadurecimento. Quando criança nós idealizamos extremamente nossos pais, eles são nossos heróis, são perfeitos. Na adolescência, os filhos passam por uma fase na qual se entendem como à parte dos pais, e descobrem suas próprias opiniões, além de perceber que estes não são perfeitos.

O que é honrar?

É mais do reconhecer o papel ou posição de algo ou alguém na sua vida, mas ter orgulho disto. Frequentemente existem problemas de hierarquia no sistema familiar, quando uma filha ou filho assumem o papel de pai ou mãe na família, ou para os irmãos; essa pessoa assume um papel que não lhe cabe, e ao fazer isso, ela se enxerga no mesmo nível do dono do papel que assumiu. Com isso, passa a achar que suas opiniões e suas ideias estão sempre corretas, em relação a todas as discordâncias.

Porém discordar é apenas olhar para uma direção, enquanto a outra pessoa olha para outra, o que é extremamente natural. Quando deixo de discordar, para colocar o outro numa posição de errado, me coloco também acima dele, deixando o de enxergar como igual ou ainda, no caso dos pais para os filhos, como alguém merecedor de minha admiração.

Discordar não significa quebrar vínculos ou desqualificar, se não compreendermos isso, é impossível honrar nossos pais ou qualquer outra pessoa em nossa vida.

O primeiro passo para honrarmos nossos pais é compreender

  1. Como está nosso sistema familiar – ele está respeitando a regra da hierarquia? Ou está invertido?
  2. Pertencimento – Cada um ocupa o lugar que lhe cabe? É essencial que cada um ocupe seu papel.
  3. Coloque-se nos sapatos deles – entender que seus pais fizeram o melhor que puderam em cada momento e que você no lugar deles, provavelmente, teria feito igual ou pior. Esta é uma forma de não julgá-los.
  4. Regra do dar e receber – não temos direito de interferir nas questões que não são sobre nós, mesmo que discordemos delas, como o casamento, a casa e o trabalho, porém podemos fazer diferente quando chegar nossa vez.
  5. Lembre-se de que não é uma questão de certo e errado, a história de vida de cada pessoa está certa para aquela pessoa, pois funciona para mesma

Assim é importante entender que reconhecer é uma coisa, reconhecer a importância dos meus pais, que me deram a vida, me criaram e graças a eles sou quem sou hoje, é essencial, é lidar com a realidade. A discordância é outra, eu tenho o direito de discordar como eles levam/ levaram a vida deles e não querer repetir isso na minha vida, mas eles também possuem o direito de viverem como acham melhor. E, por fim, vem a honra, mas primeiro devo entender, eles se fizeram honráveis?

Não é sobre ser os melhores pais do mundo, mas sobre o cuidado, sobre ter assistido e feito o melhor que eles podiam, e com isso, adquiriram o direito de serem honrados. Em casos de violência, abuso e desrespeito, a honra não cabe, pois o honrar depende das circunstâncias, mas ainda é importante reconhecer que aquela pessoa foi essencial para que você exista.

Quando eu entendo que meus pais fizeram o melhor para vida deles, que não preciso mudá-los, porque sou livre para viver meu próprio caminho e ser eu, é que sou capaz de honrá-los.

Se não há respeito, admiração e confiança na relação, como posso honrar meus pais, ou qualquer pessoa na minha vida? Porém se for só uma diferença de opinião, por que eu não os honraria?

Você honra e reconhece seus pais? Está ocupando o seu papel de filho (a) na família? Pense sobre isso e se perceber que seu sistema está invertido, um psicólogo ou uma Constelação Sistêmica podem ser de muita ajuda!

Abraços,
Regina Silva

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Para saber mais sobre esse assunto, assista a reprise da "Live" realizada em 07/04/2021.

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