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O que é a Síndrome de Burnout e como podemos evitá-la no nosso dia a dia?

Burnout significa queima ou combustão total, é um termo coloquial da língua inglesa e normalmente é usado para falar sobre o estado de esgotamento completo da energia individual, isso, associado a uma grande frustração profissional. É, portanto, uma síndrome que afeta profissionais, pessoas que estão trabalhando, lidando com a vida profissional, que tem que lidar com o desgaste seja físico, mental e/ou emocional. É um distúrbio emocional que traz sintomas de exaustão extrema, normalmente, resultado de um trabalho muito desgastante. 

Manter um equilíbrio emocional e mental é um fator que já auxilia e dá resiliência para lidar com as situações. Segundo Paul Stoltz, temos a capacidade de lidar com o stress ou não, e existem pessoas que quanto mais lidam com o stress, menor se torna sua capacidade de aguentar mais cargas de stress, só que diariamente estamos expostos a muitas situações estressantes. Ainda segundo Stoltz, existem 3 tipos de pessoas que se formam mediante as altas cargas de stress: os desistentes, que, se não abandonam o mercado de trabalho, permanecem oferecendo apenas o mínimo; os campistas, que oferecem somente o básico; e, por fim, os alpinistas, que oferecem muito além do esperado.

É importante ter a compreensão que a forma como cada pessoa lida com o stress é muito pessoal. Não é que a pessoa esteja em um momento ruim na carreira, não é que esteja sem perspectiva, não é que não goste da empresa ou dos parceiros do trabalho, mas o trabalho em si, chega em um momento no qual ela não consegue mais dar conta. A Síndrome de Burnout não ocorre do dia para a noite, mas vai sendo ignorada como apenas cansaço até atingir um grau mais extremo.

Os sintomas que as pessoas que possuem essa síndrome podem apresentar são:

  • Mente inquieta
  • Dificuldade de dormir ou descansar
  • Nervosismo
  • Sofrimento emocional, psicológico de pensar que tem que ir trabalhar
  • Dificuldade de lidar com as situações que estão sendo geradas no ambiente de trabalho
  • Falta de vontade de sair da cama ou de casa – que as vezes pode ser confundida com sintomas de depressão
  • Fadiga crônica
  • Falta de foco
  • Entra em processo de emagrecimento ou pode também engordar
  • Fica mais volátil, agitada, agressiva, desconforto

Muitas vezes a pessoa não entende o que está acontecendo e porque está tendo todos esses sintomas. Por isso, o primeiro passo de qualquer processo de cura, é a pessoa entender o que está acontecendo com ela. O esgotamento nervoso impede que se faça as coisas, é necessário se despir das cobranças, parar de achar que é apenas procrastinação e compreender o seu caso. Atualmente, com o cenário pandêmico do Brasil, estima-se que 30% dos profissionais estão sofrendo com a síndrome de Burnout, os mais afetados são, sem dúvida, os profissionais da saúde e, principalmente, os da linha de frente contra a covid, dos quais aproximadamente 83% apresentam Burnout. Além do desgaste psicológico, ocorre a baixa na imunidade, que deixa o corpo físico suscetível a contrair doenças.

Antes da pandemia, havia na vida, quebras de ambiente, de momentos, ao sair e ir para o trabalho, agora, principalmente com o home office, as coisas ficaram muito contínuas, e embora a produtividade tenha aumentado, os níveis de stress também cresceram exponencialmente. Não há diferença do ambiente que se descansa do que se trabalha, não há pausas para socialização, por vezes até a alimentação acaba sendo renegada, esquecida. E o custo disso a médio e longo prazo é inevitável.

O diagnóstico da Síndrome de Burnout deve ser feito por um psicólogo ou psiquiatra, nota-se a exaustão na qual a pessoa não consegue mais realizar ou performar e, um sentimento muito grande de frustração, de incompetência, justamente por essa dificuldade fazer as atividades profissionais que sempre foram feitas. Embora o acompanhamento psicológico seja ideal, é indicado conjuntamente o tratamento psiquiátrico, pois quando se chega nesse nível de exaustão no qual nem descansar se consegue, é necessário também a utilização de medicamentos.

O principal causador do burnout é o stress, ele que buscamos através do tratamento e acompanhamento tratar. A pessoa é capaz de lidar, mas muitas vezes se sente incapaz.

Por que entramos e quais sinais são apresentados quando se entra em um processo da Síndrome de Burnout?

  • Por uma necessidade de aprovação muito grande – pode ser porque se iniciou em um trabalho novo ou se está em um projeto de alta pressão
  • Relegar as coisas necessárias para nós, ao priorizar apenas o projeto
  • Não dormir o suficiente, não se alimentar bem, não praticar esportes
  • Não lidar com os conflitos – ir carregando sem resolução, aumentando o stress
  • Colocar um objetivo na minha mente que é irreal – querer produzir 500%
  • Negar que existe um problema – ignorar os sinais de cansaço
  • Começar a se isolar dos outros
  • Mudanças de comportamento

O que se pode fazer para que não só evitar a Síndrome de Burnout, mas também aumentar a sua qualidade de vida?

  1. Seja mais meigo com você
    – Se acolha, escute os sinais que o seu corpo te dá, seja compreensivo com você mesmo
  2. Busque um local de trabalho que seja saudável
    – Se o ambiente não for ainda, busque ajuda dentro deste para torná-lo mais saudável
  3. Se coloque em 1º lugar
    – Se você fizer isso, a sua possibilidade de ter alta performance aumenta
    – Se você não cuidar de você, como vai ter o que oferecer?
  4. Mude sua rotina
    – Intercale a rotina estressante do dia a dia com momentos de descanso, para respirar, isso vai te fazer bem e melhorar seu rendimento
  5. Pratique atividades físicas
    – É preciso que o corpo físico e mental, ambos estejam bem e equilibrados
  6. Crie rituais do sono
    – Ajude a sua mente a relaxar sempre no mesmo horário, crie uma rotina para dormir
  7. Comece a respeitar o seu limite
    – Quando foi a última vez que você olhou e aceitou que estava exausto? Busque seu chefe, seu RH, seu parceiro(a), seus amigos
    – Tenha coragem de falar não, não dou conta ou preciso de um tempo
  8. Celebre cada passo
    – Planos a longo prazo são importantes, mas é essencial celebrar cada passo
    – Sem planejamentos e realizações de curto prazo, nos sentimos muito insatisfeitos

As doenças emocionais e mentais não vêm com um rótulo, diferente das doenças físicas que são mais facilmente percebidas e entendidas pelos outros, falta ainda muita compreensão. Muitas vezes os pares não compreendem o tratamento, o processo pelo qual se passa, ainda existe um estigma grande, embora já não seja igual antigamente.

Hoje em dia, é preciso estar conectado o tempo todo, disponível o tempo, isso não permite que as pessoas descansem, a exigência é grande por uma resposta imediata. Isso foi muito exacerbado durante a pandemia, o limite de horários se perdeu, é necessário impor limites. Além disso, muito se fala de portas abertas no trabalho, de relacionamentos leves mas, muitas vezes, não se consegue entrar em contato e ser sincero, com o chefe e colegas de trabalho, sobre exigências pesadas demais que estão afetando o desempenho e até mesmo o pessoal. As inseguranças complementam o processo, ou seja, com base nos nossos medos e dificuldades interiores interpretamos os outros, muitas vezes dando significados negativos, que não foram ditos, apenas com base no que imaginamos que estão pensando de nós. E quando fazemos isso, aumentamos nossa insegurança, nosso receio e, portanto, nosso stress, dificultando falar que não daremos conta de alguma tarefa, por receio daquilo que entendemos que será pensado de nós.

Se já estiver em um processo de Burnout, a ajuda especializada é muito importante. A ajuda de um psicólogo pode ajudar não só com a síndrome de Burnout, mas com entender as inseguranças, o medo de falhar, dificuldade de performar e compreender melhor meus limites e como impô-los. Esse suporte pode ser essencial, especialmente nos tempos que estamos vivendo, para nos garantir melhor qualidade de vida, para que sejamos capazes de combater nossas inseguranças e montarmos estratégias para sentirmo-nos seguros.

E sempre tenha em mente, que quando falamos de Burnout, você não está passando por isso sozinho, nem está passando porque é incapaz. Diversos atletas, artistas e empresários de sucesso já passaram ou estão passando pelo mesmo que você. Como a jornalista Fernanda Gentil, ou a ginasta Simone Biles. Este é um problema atual, porque ainda não aprendemos, enquanto sociedade, a lidar com o stress, mas com a conscientização e autoconhecimento iremos aprender. Pois essa síndrome, prejudica muito e priva quem a vive extremamente, experimentando perdas no relacionamento afetivo, na vida pessoal e profissional.

Se você acha que pode estar passando por um processo de Burnout ou se encaminhando para um, respire fundo, não há nada para se envergonhar. Negar o problema não irá ajudar, pois te impede de se curar. Seja cuidadoso com você e busque ajuda!

Abraços,
Regina Silva

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