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“Mãe, você é a certa para mim!”

Se alguém durante a minha adolescência me dissesse que um dia eu iria dizer isto para minha mãe, diria no mínimo que aquela pessoa era louca ou não tinha noção de quem era minha mãe.

Como toda adolescente eu queria uma mãe mais atualizada, independente, diferente da que eu tinha e que na minha opinião não me compreendia e tão pouco falava meu idioma.

Eu com a consciência que tinha, com certeza, não tinha condições de entender ou compreender esta frase do Bert Hellinger.

Hoje, depois de 15 anos trabalhando com Constelação Familiar, não só digo, como compreendo e aceito que minha mãe é mãe certa para mim.

Que ela foi a melhor mãe que eu poderia ter tido, diante das minhas necessidades de crescimento e aprendizado, e que ainda tenho.

A consciência e o aprendizado me fizeram perceber que não recebemos o que idealizamos, mas sim, o que realmente precisamos para nossa jornada.

E neste momento, a alguns dias do Dia das Mães, eu me pergunto quantas pessoas realmente compreendem a sabedoria desta frase.

Ou quantas ainda estão na adolescência, esperando uma mãe idealizada que nunca vai suprir suas necessidades irreais. Quantos filhos ou filhas ainda cobram a mãe por comportamentos ou ações irreais idealizadas por uma visão infantil e narcisista.

E quantos ainda precisam se conhecer, para entender a humanidade desta figura que da sua própria forma tenta fazer o melhor, sem nenhum tutorial sobre aquele ser que está recebendo necessita ou tem condições de assimilar.

Pensando nisso, eu decidi escrever um pouco sobre este processo de aceitação de quem somos e de quem viemos.

Para podermos aceitar nossa mãe como ela é e da forma que ela é, precisamos em primeiro lugar entender quem somos, nossas fantasias, idealizações e vitimizações.

Sim, pois sem sabermos quem somos, sempre buscaremos um culpado pelo nosso fracasso. E a pessoa mais confiável para este papel, em primeiro lugar é nossa mãe e em segundo, nosso pai. Mas, podemos fazer uma lista de possibilidades para fugirmos de nós mesmos.

No filme: Vingadores – Ultimato, tem uma cena linda aonde Thor – o Deus do Trovão reencontra a mãe no dia em que ela será assassinada e quando conversam ela traz a atenção dele para a dificuldade de suprir as expectativas dos outros e a importância de sermos quem somos. E no final ela diz que ele precisa olhar e refazer seu futuro. No abraço final, quando ele tenta falar sobre ela, ela o olha e diz: Estamos tendo este presente para falar de você e a partir deste momento a postura dele muda, ele começa neste momento o seu próprio processo de busca interior e mudança de comportamento. Deixa o vitimismo e o abandono de lado para voltar a ser o Deus do Trovão.

Diante disso, como você olha e vê sua mãe hoje: consegue enxergar a pessoa certa para você ou ainda continua projetando nela suas carências e irresponsabilidades?

Eu sei, nem todas a mães são doces, mas será que você precisava de uma mãe doce ou de uma mãe como a que você tem?

Esta é a minha proposta para esta data: Olhe para sua experiência como filho (a) e se questione: Ela realmente é a certa para mim? E eu, sou a certa (o) para ela?

E seria melhor com outra mãe ou posso aceitar que ela foi e é o melhor que eu consegui para esta experiência?

O que tenho aprendido ou sido obrigado a aprender com ela?

Eu posso celebrar este dia sabendo que ela é a melhor para mim?

E para quem já mudou de papel e agora é a mãe, sente que seu filho é o certo para você? Que você é exatamente o que ele precisa e sempre vai precisar?

Se você também tiver esta consciência, se torna mais fácil lidar com todas as fases que ele está passando; pois conforme ele vai crescendo e vivendo suas fases, você vai revendo e resignificando suas próprias fases.

A relação mãe-filho (a) se aprimora conforme os envolvidos se permitem assumir que estão no lugar certo, com os filhos (as) certos para sua evolução, aprendizado e amor.

Eu desejo a  cada mãe e filho (a) mais amor e aceitação da realidade que vocês vivem.

Regina Silva

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3 Comentários

  1. Perfeito sua visão e clareza diante do nosso papel diante de nossas mães, nossas mães não são culpadas de nossos fracassos pessoais, são responsáveis pa nossa educação , elas sempre sacrificam seus próprios sonhos para que possamos relaizar os nossos, saber sonhar e chegar onde queremos , é individual nossa escolha , simples assim.

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