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Autoconhecimento: o diferencial do futuro!

Autoconhecimento é o diferencial do futuro, mas o que significa autoconhecimento? Por que ele será um diferencial tão grande?

Poucas são as pessoas que realmente se conhecem, a maior parte das pessoas ficam presas naquilo que sabem sobre elas. É preciso antes de falar sobre quem somos, entender quem somos. É comum que ao nascer numa família, muitas vezes repetimos padrões e carreguemos rótulos que nos são dadas por esta e nem sempre nos cabem. Ser taxado de parecido com algum membro da família, que é genioso, teimoso ou mal-humorado, muitas vezes nos confunde sobre como de fato somos e sobre quais são nossos sentimentos em relação a determinadas situações.

Por vezes, o sistema familiar nos ensina um normal que não nos permite impor limites ou que é muito agressivo fora do ambiente familiar, que não é o melhor para a própria pessoa, mas que é repetido devido a busca pelo pertencimento. Como uma pessoa que foi ensinada que agressividade é amor, consegue se reconhecer numa relação abusiva e impor limites ou sair da situação? 

Para falar de autoconhecimento é essencial, portanto, entender quem eu sou, quais os meus limites, como eu funciono. Eu consigo reagir as situações de acordo com o que elas despertam ou trago sentimentos passados? As vezes um comportamento é tão habitualmente repetido, que se quer para-se para refletir que existem outras opções de atitude ou reação. É importante entender tudo que me constituí, para compreender como funciono. Que eu tenho um id (criança) e um superego (pai) que batalham pelas minhas atitudes, o primeiro mais impulsivo e o último regulando-as a partir do que me foi ensinado. Que na família, independentemente de sua conjuntura, sempre existe a figura nutritiva e a crítica que permanecem dentro de mim. Que eu carrego padrões familiares, tanto daqueles que me criaram, quanto pelos que vieram antes. Que meu emocional me leva aos jogos emocionais em que caio. É primordial entender todas essas questões, para se conhecer, para ser capaz de lidar com a realidade e não somente com a fantasia, para poder agir de acordo com as situações e, não apenas, reagir como se está programado.

A partir do entendimento dos meus sentimentos, dos meus valores, de quais são meus jogos favoritos, da minha identificação com meus pais, do meu grau de carência, que eu entendo como funciono, que eu me conheço e sei o que é importante para mim. Quando eu conheço minhas necessidades, sejam emocionais, sejam físicas, ou espirituais, eu saio daquele lugar no qual sou dominada e passo a ter domínio. Como posso ter domínio sobre mim se não me conheço? Se eu não sei a diferença entre os meus sonhos e as expectativas ou cobranças depositadas em mim, como que posso me sentir plena? Se não me sinto amada, como posso amar? Se eu não souber o meu lugar na minha família, como poderei ocupar lugar em qualquer outro lugar?

Quanto do seu tempo, quantas vezes ao dia você para e reflete sobre o que está sentindo ou o porquê está incomodada com algo? Será que não está preso no automático? Quando se reage a uma situação pequena de forma desproporcional ou explosiva, não se está reagindo apenas aquele acontecimento, mas em todas as situações que já foram vividas e não aquela específica. Se não se mantém atenta aos próprios sentimentos e reações, mais distante você se encontra do autoconhecimento.

Duas situações influenciam na Inteligência Emocional: a familiar e o autoconhecimento. A familiar é essencial para o bom regulamento das percepções e entendimento das emoções de forma sadia e natural, quando uma criança pergunta para sua mãe se está tudo bem e não está, mesmo assim a mãe afirma que está, a criança perde a confiança na sua percepção e com o tempo, essa pessoa cresce com dificuldade de entender os sentimentos dos outros. Quando sente algo e afirma algo diferente para aqueles ao arredor, é difícil para que eles entendam. De mesma maneira, para ser capaz de falar “não estou bem, não tem nada a ver com você, somente é tal coisa”, é importante se conhecer, se entender e se acolher. Essencial entender que não está bem e o que causa esse desconforto.

 No mercado observa-se o aumento do uso da tecnologia e da inteligência artificial, bem como o aumento da capacidade desta. Porém, o que essa não pode fazer e não pode atuar, é onde são necessários o bom senso, a inteligência emocional, o autoconhecimento e percepção dos demais. Esses serão os diferenciais, portanto, dos profissionais, desde os estagiários aos executivos, esse é afinal o diferencial humano, o saber amar, liderar, inspirar, negociar, que não pode ser reproduzido pela máquina.

O autoconhecimento não é uma habilidade inata, e pode, e deve, ser desenvolvido por todos. Existem muitos arquétipos dentro de você, muitos estados de egos e fases do desenvolvimento ocorrendo em paralelo dentro de você, e é importante conhecê-los, entender como funcionam. Saber o que causa seu cansaço, suas dores, porque um cansaço físico pode facilmente ser resolvido, enquanto o emocional é trabalhoso.

Quando eu me entendo, meus sonhos, expectativas, consigo fazer planos mais realistas para a minha vida. Quando eu entendo por que ajo como ajo, consigo deixar o passado no passado e focar no presente. Somente quando você entende o seu mundo interno, que você tem capacidade de entender o mundo externo do outro. Porque você consegue entender o quanto da sua expectativa, do seu sucesso que está sendo depositada no outro. Quando você se escuta, consegue também ouvir o outro.

Estar no presente o tempo todo é um verdadeiro desafio, mas quem está no presente está inteiro. Então busque tirar um tempinho para você tentar se entender. O autoconhecimento te permitirá viver uma vida mais tranquila e, inclusive, não pegar aquilo que não lhe pertence. A evolução e o autoconhecimento são esforços e investimentos individuais, o faça por você, para que você seja mais feliz e realizado e não por nenhum motivo externo ou outra pessoa.

O contrário do amor é o poder, o outro tem poder sobre mim quando eu não me conheço e não sei o que é amor. Quanto mais nos conhecemos, mais somos capazes de sair do automático, mais se tem acesso ao inconsciente e somos capazes de mudar nossa própria história. E esta é uma jornada individual, psicólogos e coachs podem te dar a mão e ajudar, mas somente você pode escolher o caminho e saber o que funciona para você. E a partir disso, você será capaz de focar naquilo que lhe importa, no que vai te trazer satisfação.

Já começou sua jornada em busca do autoconhecimento? Está motivado em começá-la agora? Pegue um pequeno sentimento ou situação que deseja resolver, pare e pense no porquê de você se sentir desta maneira, o que está causando seu desconforto. Com seu esforço e busca, logo o passado ou o presente não te atrapalharão, e somente o futuro importará.

Abraços,
Regina Silva

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