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Ansiedade: o mal do século!

Primeiro vamos entender o que é ansiedade. A ansiedade está diretamente ligada ao medo. Porque muitas das reações que temos quando estamos em um processo de ansiedade, são emoções muito similares a situações nas quais sentimos medo. O problema é quando isso começa a atrapalhar o dia a dia. É importante salientar, no entanto, que assim como todas as emoções, o medo é saudável, não é uma emoção negativa. Ela se torna negativa quando se começa a sentir medo em excesso, gerando problemas no cotidiano devido a este ou a ansiedade. Sendo o medo uma emoção verdadeira, ele possui uma reação fisiológica: travar o corpo ou fugir. Ao se travar o corpo, a respiração pode se tornar difícil, causando a sensação de falta de ar; ou ainda a pessoa pode hiperventilar, a boca fica seca, pode-se sentir calor.

Quando a ansiedade se torna crônica, dizemos que a pessoa está tendo uma crise de ansiedade. É interessante observar que na época em que vivemos hoje, somos estimulados a viver a ansiedade. O tempo inteiro há uma cobrança de “ter que dar conta”, que aumenta nosso medo de não dar conta e, por consequência, aumenta nossa ansiedade. Algumas pessoas, porém, permanecem no medo, o que provoca a paralisação e por causa desta, não conseguem fazer as coisas. Muitas vezes essa paralisação é confundida com a procrastinação, mas são diferentes, a primeira é quando de se sente tanto medo de uma situação que a evita, enrolando, fazendo qualquer outra atividade no lugar. A ansiedade é, diferentemente do medo, uma emoção de disfarce, a principal diferença é que enquanto a emoção verdadeira é uma explosão de sentimento, intensa e de curta duração, a de disfarce tem intensidade reduzida e pode ocorrer por tempo indeterminado. Outra reação é tentar fugir da situação, fingindo que ela não existe.

Existe uma tendência a relacionar a ansiedade com a motivação. Porém, pelo contrário, a ansiedade consome a energia emocional que precisamos para realizar as ações. O que ocorre, no entanto, é que quando se fica em processos de ansiedade por muito tempo é gerado, como consequência, o vício de viver em ansiedade. Dessa forma, quando você não está ansiosa, não está desesperada correndo atrás de algo, há a sensação de não se estar fazendo nada ou de desmotivação. É muito importante, portanto, separar motivação e ansiedade.

A terapia comportamental indica que, aproximadamente, 75% das vezes em que ficamos ansiosos ou criamos uma pré-ansiedade sobre algo que vai acontecer, essa situação nunca acontece. É importante parar e refletir sobre a quantidade de energia gasta ficando ansiosos com situações que nunca irão ocorrer. A grande sacada é, portanto, viver no aqui e agora. Focar em resolver as questões que efetivamente sou capaz de resolver. Não adianta ficar preocupada com coisas que não tenho o menor controle. Porque normalmente, vou criando ansiedade, criando dentro de mim a sensação de maus pressentimentos, o que ocorre ao se tentar ter o controle de algo que não é possível ter.

Então como podemos trabalhar a questão da ansiedade?

  1. Entender de onde vem a minha ansiedade – existem estudos que indicam relações genéticas, entretanto, de maneira geral, há motivos e padrões familiares causadores de ansiedade
  2. Avaliar o quanto essa ansiedade está atrapalhando o meu dia a dia – é normal ter ansiedade porque estou aguardando um resultado, porém quando ela extrapola e começa a gerar interrupções na minha vida o caso é mais grave; essa ansiedade está me provocando insônia, excesso ou dificuldade na alimentação?
  3. Decidir se irei resolver essa questão sozinha – através de meditação, mindfulness, manter uma rotina com exercícios, estabelecer uma agenda e priorizar alguns compromissos, faze yoga, ler mais
  4. Ou se precisarei de ajuda especializada – iniciar uma terapia, me consultar com um especialista. Lembrando que não há vergonha nenhuma em buscar profissionais que podem me ajudar!

O importante de fazer essa pequena avaliação é que a partir do momento em que se compreende o quanto a ansiedade é comum de momentos difíceis ou tem se tornado uma inimiga cotidiana, é possível tomar providências e combatê-la.

Os seres humanos possuem variações de humor, de intensidade, então é importante saber e respeitar isso para evitar a ansiedade. Observe seus pensamentos e sentimentos e tente ser compreensiva com você! E busque parar! Como assim? Se está com medo, reflita, medo do que? Ah estou com medo porque está chovendo e pode haver um dilúvio. Tudo bem, é natural. Mas pare e reflita, quantas vezes houve dilúvios? Se houver, tem algo que você possa fazer para evitar? Ok, vou me preocupar com isso depois, quando estiver ocorrendo!

Outra coisa importante é movimentar o corpo e distrair a mente de outras formas, achar outros objetivos, fazer ginástica e exercícios. Cuidar do corpo é importante como cuidar da mente e ajuda a direcionar energia para aquilo que pode ser resolvido. Olhar para as situações e buscar o que elas trazem de bom, ao invés de só focar no negativo é extremamente benéfico.

Pare de conjecturar coisas que podem ocorrer, e se preocupar de antemão. Se eu ficar doente? Se isso acontecer? Se eu precisar de tal coisa e não tiver? Tudo isso gera muita ansiedade, então pare e vamos combinar, quando você estiver nessa situação, lidaremos com ela, não sofra por antecipação! O que fazer para evitar esses pensamentos? Focar nos seus propósitos, pequenos e grandes, desde ler um livro, até realizar um grande sonho.

Se a sua família possui um sistema muito ansioso, você precisa lidar com isso para melhorar a sua vida. Essa ansiedade pode vir de um trauma do passado, este pode ser resolvido em uma Constelação para melhorar o sistema ou um processo de terapia. Agora se esse não for o caso ou se não resolver, pode ser que a ansiedade seja um fator da sua vida, que deve ser trabalhado na terapia. Se a terapia não resolve, pode ser o caso de se consultar com o psiquiatra. Existem diversos recursos para ajudar a lidar com esta “vilã”.

Mas é importante analisar o que se esconde atrás desta, porque muitas vezes o vício na ansiedade está justamente disfarçando a dificuldade em lidar com alguma outra questão, por isso que o autoconhecimento e a terapia são tão importantes. Lidar com a ansiedade não é só viver melhor, mas economizar tempo gasto com o que não vai acontecer e poder gastar com o que sonhamos, desejamos e necessitamos.

Dizer que a ansiedade é o mal do século não é à toa, essa não só está atormentando grande parte da população, como parece que se tornou in. Ou seja, virou tão comum ser ansioso, que parece que se você não está ansioso ou nervoso com algo, não se importa. Como se fosse necessário ter ansiedade para fazer parte do grupo. Porém, a ansiedade acaba com as pessoas, causa um esgotamento emocional, não permite que vivamos no aqui e agora, pois sempre se está pensando no futuro.

“Para se chegar até a porta, é preciso se caminhar até a porta”. Se toda a energia é gasta pensando no que pode acontecer no percurso até a porta, será possível caminhar e chegar até ela? Não. Ficarei parada, criando medos e imaginado o que existe, sem nunca chegar. Porém, se caminho até a porta, sou capaz de descobrir o que realmente existe lá.

Por isso, foque no que é possível resolver agora e deixe o resto para lidar quando acontecer. Pois, é necessário viver no presente, não é possível lidar com o que não existe ainda ou pode nunca vir a existir.

Abraços,
Regina Silva

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